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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A Escritora Corajosa


No tempo das escrituras, numa aldeia chamada Imprensa, havia uma criança completamente apaixonada pela escrita. O tempo das escrituras, para quem não sabe, era um tempo em que todos escreviam e adoravam o que faziam. A aldeia era assim chamada porque todos, exceto aquela criança, escreviam jornais. Aquela criança chamava-se Imaginação porque era muito criativa.
A Imaginação escrevia textos com tudo bem explicadinho mas escrevia-os muito grandes e o seu professor dizia “tu davas era para escrever uma história para um livro pois não consegues parar de escrever”. Mesmo assim ele mandava-a apagar e escrever outro mais pequeno.
Era dia 18 de março, o dia em que a Imaginação faz anos.
A Imaginação naquele dia não tinha aulas e por isso foi a casa do professor pergunta-lhe:
- Professor, acha boa ideia escrever um livro para ler aos habitantes de Jornal?
- Sim, é claro que é boa ideia. Posso-te ajudar?
- Claro que sim – disse a Imaginação entusiasmada com a ideia.
- Temos é de ter cuidado com a BB.
- BB?
- Sim! BB é a Bruxa Borracha – esclareceu ele.
Começaram a escrever a história do livro…
No castelo da BB um cristal começou a piscar.
- Estão a escrever um livro – exclamou ela muito raivosa.
Depois ordenou aos seus súbditos:
– Deixem-nos acabar de escrever o livro e depois mandem o ogre Rasgador ir espatifar as suas folhas. Seguidamente ordenem ao dragão Flama para ir queimar o livro e tragam-me as cinzas num frasco. Eu quero deliciar-me com elas.
A Imaginação tinha tido uma visão: ouviu e viu o que a bruxa tinha planeado.
Imaginação planeou a defesa dos livros. Para o ogre não os rasgar ia pagar a um flautista para o pôr a dançar guiando-o para fora da aldeia. Para se proteger do dragão, mandou colocar um vidro refletor de luz à volta do livro. Quando o dragão lançasse fogo, o vidro refletiria a luz e queimá-lo-ia.
Acabou de escrever a história, pagou ao flautista e colocou a vitrina.
Os malvados vieram. O plano estava a resultar.
-Vamos a eles, à carga – gritou o professor entusiasmado!
A própria bruxa enlouqueceu porque, pela primeira vez, uma criança a tinha derrotado. Morreu cheia de raiva no encéfalo.
A Imaginação leu a história no centro da aldeia, no dia internacional do livro e todos a aplaudiram. Ela foi nomeada a escritora do ano e recebeu o prémio Camões!

9\1\2014

Joana R. N de Sousa