No tempo das
escrituras, numa aldeia chamada Imprensa, havia uma criança completamente
apaixonada pela escrita. O tempo das escrituras, para quem não sabe, era um
tempo em que todos escreviam e adoravam o que faziam. A aldeia era assim
chamada porque todos, exceto aquela criança, escreviam jornais. Aquela criança chamava-se
Imaginação porque era muito criativa.
A
Imaginação escrevia textos com tudo bem explicadinho mas escrevia-os muito
grandes e o seu professor dizia “tu davas era para escrever uma história para
um livro pois não consegues parar de escrever”. Mesmo assim ele mandava-a
apagar e escrever outro mais pequeno.
Era dia 18
de março, o dia em que a Imaginação faz anos.
A
Imaginação naquele dia não tinha aulas e por isso foi a casa do professor
pergunta-lhe:
- Professor,
acha boa ideia escrever um livro para ler aos habitantes de Jornal?
- Sim, é
claro que é boa ideia. Posso-te ajudar?
- Claro que
sim – disse a Imaginação entusiasmada com a ideia.
- Temos é
de ter cuidado com a BB.
- BB?
- Sim! BB é
a Bruxa Borracha – esclareceu ele.
Começaram a
escrever a história do livro…
No castelo
da BB um cristal começou a piscar.
- Estão a
escrever um livro – exclamou ela muito raivosa.
Depois
ordenou aos seus súbditos:
– Deixem-nos
acabar de escrever o livro e depois mandem o ogre Rasgador ir espatifar as suas
folhas. Seguidamente ordenem ao dragão Flama para ir queimar o livro e
tragam-me as cinzas num frasco. Eu quero deliciar-me com elas.
A
Imaginação tinha tido uma visão: ouviu e viu o que a bruxa tinha planeado.
Imaginação
planeou a defesa dos livros. Para o ogre não os rasgar ia pagar a um flautista
para o pôr a dançar guiando-o para fora da aldeia. Para se proteger do dragão,
mandou colocar um vidro refletor de luz à volta do livro. Quando o dragão
lançasse fogo, o vidro refletiria a luz e queimá-lo-ia.
Acabou de
escrever a história, pagou ao flautista e colocou a vitrina.
Os malvados
vieram. O plano estava a resultar.
-Vamos a
eles, à carga – gritou o professor entusiasmado!
A própria
bruxa enlouqueceu porque, pela primeira vez, uma criança a tinha derrotado. Morreu
cheia de raiva no encéfalo.
A
Imaginação leu a história no centro da aldeia, no dia internacional do livro e
todos a aplaudiram. Ela foi nomeada a escritora do ano e recebeu o prémio
Camões!
9\1\2014
Joana R. N de Sousa